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13 Contarelos
“Os treze Contarelos que Irene Escreveu e Ilda Ilustrou” é um livro de contos para crianças publicado em 1926. Foi a obra de estreia da autora Irene Lisboa no palco literário português e fez-se acompanhar pelas ilustrações de Ilda Moreira. O volume foi impresso em 178 páginas, as últimas das quais não numeradas, na tipografia da Escola normal de Lisboa
As Praias de Portugal
Plano Nacional de Leitura. Livro recomendado para a Formação de Adultos como sugestão de leitura. Este é um guia da costa portuguesa, em que Ramalho Ortigão explora as características naturais das praias e suas águas, e fornece preciosa informação social, cultural e histórica. A escrita é tão versátil e envolvente que num mesmo capítulo se fala de carapaus e d’Os Lusíadas, de pianos e mulheres gordas, da toilette e do pinhal, dos piqueniques, das tribos, das casas e dos hotéis. Ainda que o universo balnear de hoje seja muito diferente do de então - feito de toldos brancos, véus enfunados e leques de senhoras (o livro tem a primeira publicação em 1876) -, este é um guia enriquecedor que nos proporciona tudo aquilo que constitui umas férias retemperadoras: a frescura marítima, a observação da paisagem, o descanso e a deambulação, o contacto e conhecimento com habitantes locais, a comida e a diversão mundana.
Camões
Camões é um poema lírico-narrativo, datado do primeiro exílio de Garrett, considerado a primeira obra romântica da literatura portuguesa. Aborda episódios da vida do poeta Luís de Camões relacionados com a composição e a publicação da epopeia Os Lusíadas. Só entre 1825 e 1880 a obra teve sete edições, sem contar com as edições brasileiras e apócrifas.
Coração, Cabeça e Estômago
Coração, Cabeça e Estômago, sendo uma das principais novelas satírico-humorísticas de Camilo Castelo Branco, não se cinge a um retrato caricaturado de uma sensibilidade romântica. Dividida em três partes, esta novela segue o percurso de Silvestre, sendo que cada parte se refere ao órgão que predomina em diferentes fases da vida da personagem. Passando inicialmente pela paixão, em que o órgão predominante é o coração, para uma fase dominada pela razão, representada pela cabeça, até terminar numa fase mais bestial, em que a necessidade, a fome, nos indica o estômago como o órgão primordial da terceira parte desta novela.
Esteiros
Gineto, Gaitinhas, Malesso, Maquineta, tantos outros, são os operários-meninos dos telhais à beira dos esteiros do Tejo. Sujeitos à dureza do trabalho quando o conseguem arranjar, vadiando ou roubando para comer durante o resto do tempo, apesar de tudo - sonham. Esteiros é um dos textos inaugurais do neo-realismo e um romance marcante da literatura portuguesa do século XX.
Livro de “Soror Saudade”
“... O desassombro radical e a originalidade de Florbela Espanca merecem urgentemente leituras especializadas, competentes e isentas que lhe reconheçam o valor devido. Esta edição anotada, levada a cabo por especialistas de renome, é nesse sentido uma iniciativa altamente louvável que contribuirá decisivamente para uma correcta reavaliação e divulgação da sua obra, colocando a autora no justo espaço de absoluto destaque que ela detém como mulher poeta na cena literária portuguesa da primeira metade do século XX...” Ana Luísa Amaral
Mau Tempo no Canal
O namoro entre João Garcia, filho de uma família sem títulos, e Margarida Clark Dulmo, a mais nova de uma família aristocrata respeitada, é a trama deste celebrado romance de Vitorino Nemésio, «Mau Tempo no Canal». O afastamento das duas famílias e as adversidades a superar por parte dos protagonistas abrem lugar a um desenvolvido e minucioso retrato da sociedade açoriana, entre os anos de 1917 e 1919, mais concretamente da sociedade fortemente estratificada que então pontificava na Horta.
Nome de Guerra
Plano Nacional de Leitura Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura. Nome de Guerra, escrito em 1925, é o romance de iniciação de um jovem provinciano proveniente de uma família abastada. Quando o tio de Luís Antunes o envia para Lisboa, ao cuidado do seu amigo D. Jorge (descrito como “bruto como as casas e ordinário como um homem”), com o propósito de o educar nas “provas masculinas”, não imaginava o desenlace de tal aventura. Apesar de, na primeira noite, D. Jorge ter ficado convencido da inutilidade dos seus préstimos, Antunes concluiu que o “corpo nu de mulher foi o mais belo espectáculo que os seus olhos viram em dias de sua vida”, decidindo-se a perseguir Judite. Esta “via perfeitamente que o Antunes não estava destinado para ela”, mas “não lhe faltava dinheiro e dinheiro é o principal para esperar, para disfarçar, para mentir a miséria e a desgraça”. Assim se inicia a história de Luís Antunes e Judite, que terminará com a prodigiosa e desconcertante frase, “não te metas na vida alheia se não queres lá ficar”. Esta edição do único romance de Almada Negreiros apresenta diferenças face às anteriores publicadas na Assírio & Alvim, uma vez que foi entretanto localizado o original (dactiloscrito/manuscrito) de Nome de Guerra no espólio da família, o que constituiu importante fonte para nova revisão. O confronto com o original permitiu detectar vários erros, quer tipográficos quer resultantes de intervenções editoriais na prosa de Almada Negreiros, umas na primeira edição outras na segunda, designadamente mudanças na pontuação e ausência ou substituição de palavras, que alteram significativamente o ritmo de leitura e, em alguns casos, o sentido das frases originais.
O Crime do Padre Amaro
Inicialmente publicada em folhetins, na Revista Ocidental, em 1875, esta é uma das obras mais conhecidas e mundialmente famosas de Eça de Queirós, em parte pela polémica suscitada pelo enredo envolvendo sacerdotes da Igreja Católica. O livro, que chegou às bancas em 1876, centra-se numa trágica história de amor entre o jovem padre Amaro e Amélia. Uma relação proibida que faz questionar o papel da fé e da religião bem como a moralidade dos homens do clero.
O Livro de Cesário Verde
Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura. N’ «O Livro de Cesário Verde» não há um único verso obscuro: a luz, que não vem do Sol, nem de nada exterior, mas sim de tudo recôndito em nosso espírito, cintila nos seus versos todos. Ah! Ninguém entender que ao meu olhar Tudo tem certo espírito secreto!
Os Pescadores
Nesta obra, o autor oferece-nos belas telas ricas de cor, de luz, dos vários elementos colhidos na natureza.O entardecer nas suas várias cambiantes, conforme o lugar e o tempo, é descrito em pinceladas fortes com verbos no presente - a ação em decurso e com o subjetivismo do autor arrastado pelo sonho e transpor para as telas, que sugere, a tragédia de um poente tempestuoso à beira-mar que é sempre temível para os pescadores.Além de belos quadros paisagísticos, também nos oferece sugestivos retratos - o do faroleiro, a velha da Foz do Douro, a sanjoaneira, a mulher da Afurada, de Mira “feia mas esbelta (que) tem ar grave e senhoril quase sempre”, a heroica Ti Ana Arneira da Gafanha, a mulher da Murtosa “baixa e atarracada”, a de Ovar “delicada e forte, alta e bem proporcionada, cheia de predicados domésticos e morais”, a poveira “a bem dizer - um homem”, a Rata da Foz. É evidente a simpatia de Raul Brandão pela sua dolorosa vida difícil, de trabalho, de explorados.Lilaz Carriço, in Literatura Prática II, pp. 361-362, Porto Editora, 1999
Rã No Pântano
Escrito em 1959, Rã no Pântano, de António de Almeida Santos, na altura advogado a exercer em Lourenço Marques (actual Maputo), foi proibido pelo regime de Salazar sem grande surpresa para o autor. Requisitado para censura, no relatório justifica-se que “são nove contos, sete dos quais contém assuntos de índole imoral e anti-social, motivo por que entendo que o presente livro não possa circular no País”. “O meu livro foi apreendido, se bem ajuízo, por razões de intolerância política e de intolerância religiosa. Não sei qual das intolerâncias pesou mais. Talvez a soma de ambas. Quem hoje o ler não encontrará razões para ele ter merecido tamanha honra”, disse o político em 2004.