Jack Taylor, o violento e compulsivo ex-polícia alcoólatra, que sofre estranhas agonias nas narrativas sombrias de Ken Bruen, estava afastado de Galway há apenas cinco meses aquando do início de Priest. Passou esses meses num hospital (o hospício… o manicómio… a casa para os perturbados), traumatizado por ter causado a morte de uma criança. De volta ao seu quotidiano, mas ainda muito desorientado, Jack é relutantemente arrastado para a investigação do assassinato de um padre pedófilo, cuja cabeça sem corpo foi encontrada no confessionário, um crime que inculcou o temor a Deus em qualquer homem de hábito, culpado ou não, acusado de abuso sexual. Não se deve esperar muito convencionalismo deste herói atormentado, mas há música no seu lamento pela corrupção da inocência e pela perda de fé – no seio do governo e do clero – na «nova Irlanda», mesmo quando luta com os demónios que exigiram a sua própria alma.