A Sétima Onda

“A Sétima Onda” abre um caminho novo na nossa literatura, como obra de insersão em duas culturas – A Holandesa e a Portuguesa – cuja diversidade é mais profunda do que superficialmente se pode julgar. Utilizando um personagem principal que na realidade não pertence inteiramente a nenhuma delas, o autor leva-nos a penetrar no universo de desfastio em que se move a juventude das nações prósperas, ansiosa por exportar o seu radicalismo chique co a mesma ingenuidade com que outrora alguns missionários acreditavam transmitir a fé. O que daí resulta não é apenas desilusão, sim uma apatia profunda que abre a porta às soluções drásticas e piores.
O espírito satírico de Rentes de Carvalho é a constante que permite ao leitor aceitar com um sorriso cúmplice as verdades que doutra forma quase tocariam o insulto.