CITROËN – DS 19

Na escolha dos carros do século xx efectuada pelo painel da Global Automotive Elections Foundation (GAEF), o Ford Model T foi votado como o mais importante. A razão é óbvia: com este carro simples e versátil os norte-americanos passaram do tempo das carroças movidas por tracção animal para o tempo dos automóveis a motor. Para reproduzir este modelo de uma forma que mudou a história dos Estados Unidos, Henry Ford inventou a industrialização automóvel, através das linhas de montagem, e deu-lhe um nome, o fordismo. Em 19 anos, entre 1908 e 1927, foram produzidos 15,5 milhões destes carros que motorizaram a América e o mundo e obrigaram a abrir estradas, tornando mais curta qualquer distância entre cidades, que também cresceram com a multiplicação do “T”. Com este mítico automóvel, a Ford chegou a deter 60% do mercado mundial e só a impossibilidade de actualizar o modelo ditou o fim da produção. O gigante de Detroit, no entanto, manteve-se na linha da frente no fabrico de carros e no início dos anos 1960 concebeu outro “carro de geração”, outra vez com um conceito novo nos Estados Unidos, o do veículo personalizado, dado ao prazer de conduzir. Foi assim que nasceu o Mustang, o outro modelo histórico da Ford a merecer a escolha da GAEF para os automóveis do século xx.

Ter concebido aquele que é, para muitos, o carro mais bonito de sempre, o E-Type, dá à Jaguar um lugar entre os grandes da indústria automóvel. O vistoso automóvel, elogiado pelo insuspeito Enzo Ferrari, foi, no entanto, a segunda obra-prima da marca inglesa, que já em 1948 tinha lançado um desportivo pioneiro, o XK120, um carro tão apreciado que o actor Clark Gable decidiu comprar quatro exemplares. Ambos os carros, nas versões para as pistas, contribuíram para o sucesso da Jaguar em várias provas, principalmente as de resistência, com destaque para as 24 Horas de Le Mans, nas quais a marca de Coventry somou sete vitórias. As performances dos excelentes motores da Jaguar, aliadas à beleza, classe e charme dos modelos E-Type e XK120, convenceram os membros do painel da Global Automotive Elections Foundation, que colocaram os dois carros entre as escolhas dos mais importantes do século xx.

Nascido de uma crise do petróleo, o Mini foi talvez o primeiro carro de sempre verdadeiramente económico. Símbolo da cultura britânica dos anos 1960 e 1970, o pequeno carro transformou-se num gigante e mudou a forma de pensar de muitos utilizadores do automóvel. Em termos desportivos, o carro foi um David que derrotou os Golias nos ralis, principalmente no mítico Rali de Monte Carlo, onde a versão Cooper do automóvel britânico proporcionou vitórias memoráveis. As várias vertentes do Mini levaram os especialistas a considerá-lo como um dos carros mais importantes da história. Na escolha do painel da Global Automotive Elections Foundation (GAEF) é o segundo automóvel mais importante do século xx, apenas superado pelo Ford Model T. O mítico automóvel conheceu uma bem-sucedida segunda versão no início deste século, pela mão da BMW. A prestigiada marca alemã tinha já fabricado, no final da década de 1930, o fulminante 328 Roadster, também ele incluído na lista dos automóveis do século xx pelos especialistas da GAEF.