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A indústria automóvel italiana sempre teve um peso imenso no panorama mundial. Os fabricantes transalpinos estão no mundo motorizado desde os primórdios e, para lá dos excelentes carros de corrida que sempre produziram, souberam entender as necessidades do cidadão comum na opção de adquirir um automóvel e usufruir dele. O gigante Fiat criou, em 1936, o primeiro veículo utilitário da história, um carro tão pequeno que recebeu o carinhoso nome de Topolino, como chamavam ao Rato Mickey em Itália. O Fiat 500 foi o primeiro carro europeu acessível para qualquer bolsa e mudou o conceito do auto-transporte do velho continente antes e depois da Segunda Guerra Mundial. É esse papel que é reconhecido ao Topolino pelo painel da Global Automotive Elections Foundation (GAEF) para o considerar como um dos automóveis do século xx. Hoje em dia, a Fiat integra a Alfa Romeo, outro histórico fabricante italiano de automóveis, principalmente os desportivos. A paixão e o coração da marca reflectiram-se no modelo Giulietta Sprint Coupé, um carro nascido em 1954, com um fantástico motor de 1300 cc, que marcou uma época de glamour e estatuto de uma emergente classe média/alta italiana. Este icónico Alfa não podia faltar nas escolhas da GAEF para os mais influentes carros do século passado.

O Porsche 911 é como os diamantes, é um carro para sempre. Criado em 1963 e colocado à venda a partir de 1964, o desportivo da marca alemã continua, mais de meio século depois, a captar as atenções dos amantes dos automóveis rápidos e versáteis. Na votação do painel da Global Automotive Elections Foundation para os automóveis do século xx este é considerado o quinto mais importante, mas encerra uma particularidade: enquanto os outros quatro foram carros de época e já não se produzem, o 911 parece não ter sucessor e mantém-se como o desportivo mais admirado e vai crescendo, tranquilamente, em maturidade, depois de receber chassis e carroçarias de novos materiais adaptados aos tempos modernos, inovações tecnológicas nos travões e suspensões e motores cada vez mais potentes e de maior rendimento. Esta é a pérola da Porsche, uma marca que tem sabido manter-se no topo, ao nível dos modelos que vai produzindo e dos protótipos que põe a rodar nas competições desportivas, cuja história de sucesso se escreve com mais de 30 mil vitórias obtidas. O sonho de Ferdinand Porsche, o génio criador de automóveis e fundador da marca, em 1931, paira sobre todos os carros saídos da casa de Estugarda, que também continuam a reunir as preferências das celebridades, sempre orgulhosas quando são vistas ao lado ou ao volante destes automóveis únicos.

Um tão complexo como rigoroso processo de selecção, promovido pela Global Automotive Elections Foundation, resultou na escolha daqueles que foram os automóveis mais influentes do século xx. A lista final submetida a apreciação de um júri de notáveis, saída de uma relação que começou por reunir 700 carros escolhidos por profissionais da indústria automóvel, incluía 26 modelos: jornalistas especializados nomearam 25 e internautas 10, mas nove destes últimos coincidiram com a selecção dos primeiros. Esse restrito clube admitiu dois modelos da Volkswagen: o Beetle e o Golf. O Carocha, como ficou conhecido em Portugal, nasceu do sonho de Adolf Hitler de produzir um “carro para o povo” (o nome Volkswagen vem precisamente daí) e veio a dominar as estradas de todo o mundo na segunda metade do século. Já o Golf, que de alguma forma foi concebido para render o Beetle, revolucionou o segmento dos carros utilitários e, através do GTI, o dos compactos desportivos. Também ele se tornou um ícone do mundo automóvel. Sublinhe-se que, da short list de 26 modelos, um júri elegeu os cinco finalistas, dos quais o Carocha fez parte.