Eusébio

É fácil exagerar nos encómios ao mais famoso jogador português de sempre. Toda a sua carreira foi feita de hipérboles e de coisas impossíveis. Num tempo de emergência de grandes jogadores recentes, como Luís Figo e Cristiano Ronaldo, não havia necessidade de chamar a Eusébio o “king”. Um anglicismo fora de tempo, mas inserido nas mais diversas formas de acarinhar Eusébio. Basta lembrá-lo como o “rei”, sem tradução nem necessidade de comparação com um jogador já de si incomparável como Pelé. Quem melhor do que os “novos Eusébios” para deixar o “pantera negra” no pedestal português que merece? Luís Figo, por exemplo, foi apontado pelo próprio Eusébio como o melhor jogador português da história – o “rei” é assim, tem a humildade dos grandes –, mas fez questão de retribuir o elogio. Os 41 golos de Eusébio na selecção pareciam imbatíveis, até Pauleta derrubar a marca mitológica e quase chegar aos 50 golos por Portugal. Eusébio superado? Pauleta não o permitiu: Eusébio continua a ser Eusébio. O maior. Indiscutivelmente.