Manual de Sociologia da Cultura

Fruto da colaboração de onze prestigiados autores, portugueses e internacionais, este livro, inédito e inovador, reúne textos de cariz ensaístico em diferentes áreas científicas – da história e filosofia da religião, à sociologia e psiquiatria – sobre experiências limite, de crise, situações-abismo ou de fronteira e os processos pelos quais o seu sentido se constrói, é fixado e partilhado. As suas formas históricas são variadas, surgindo habitualmente como místicas, devocionais, patológicas, de loucura ou de doença mental. Apresentando um prisma multifacetado, o arco temporal estende-se da transição entre o mundo medieval e a modernidade: do século XV, momento de irrupção de movimentos místicos e de novas conceções do indivíduo, nas quais se reforçaram os imaginários da interioridade, ao início do século XX, período em a psiquiatria reescreveu, em linguagem médica, as paixões e patologias da alma. Ainda que se verifique invariavelmente uma tentativa de inscrição religiosa da experiência, falamos, por isso, não de experiências religiosas, mas de experiências à deriva, isto é, em busca de uma significação e de um reconhecimento, que se revelam sempre difíceis de obter, e sujeitas, no seu processo de inscrição social, a uma pluralidade de determinações (religiosas, médicas, jurídicas, políticas). Todos os autores participantes neste projecto têm vasto curriculum e numerosas publicações quer em livros, quer em revistas da especialidade.