Um Criado Exemplar

Um amor submisso. Uma paixão funesta. Uma traição imperdoável. Este livro conta uma grande história de amor, uma paixão avassaladora vivida com a máxima contenção. Erneste, o protagonista, é o criado perfeito que trabalha num grande hotel de Berna, na Suíça. A sua vida é aparentemente calma e tranquila, mas dentro dele grassa uma violenta paixão por Jakob, um aspirante a criado com quem teve um caso há já muitos anos. Do lado de Erneste, o amor era total. Mas do lado de Jakob o caso não passava de uma história transitória, de um degrau para atingir outros fins – uma passagem para a América, por exemplo, para evitar ser alistado no exército de Hitler, que então se preparava para invadir a Europa, e que lhe acabou por ser garantida pelo caso que mantinha, em simultâneo, com Julius Klinger — um grande escritor alemão hospedado no hotel e com quem Erneste o surpreendeu em flagrante. Décadas mais tarde, Erneste recebe uma carta de Jakob, pedindo-lhe dinheiro… Movendo-se habilmente entre dois tempos narrativos, este romance elegante e clássico, escrito numa linguagem que evoca as narrativas de Thomas Mann (com quem a personagem de Julius Klinger, aliás, tem similitudes) é rico em tensão e emoção na narrativa da paixão de uma vida contra o cenário plácido e luxuoso de um hotel suíço. Tratando um tema clássico para um romance – o da história de amor entre uma parte apaixonada que arrisca tudo uma vez na vida e um jogador sem escrúpulos que aproveita todas as oportunidades -, Alain Claude Sulzer consegue contá-la com um talento invulgar e uma finura de espírito e de escrita que fazem indubitavelmente deste Um Criado Exemplar uma obra da classe de O Leitor, de Berhard Schlink, e de O Perfume, de Patrick Süskind.