Uma Caçada no Chão da Cozinha

Meu Pai ia buscar acima do guarda- -fatos a caixa grande de cartão que tinha pintadas na tampa as figuras de caçadores vestidos de caqui castanho, chapéus coloniais redondos e umas espingardas encostadas aos ombros, com as quais faziam pontaria às silhuetas de animais que apareciam no outro canto.
Abria a caixa, que era para mim e para ele, uma caixa mágica.
A fantasia acordava então por força dessa combinação. Meu Pai tirava de dentro da caixa uma espingarda de mira telescópica, com uns tigres em relevo desenhados na coronha, e as figuras do urso negro, do leão amarelo, do elefante cinzento e do rinoceronte acastanhado. E então era só caçar as feras.